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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Análise Assassin's Creed: Unity


"Assassin's Creed: Unity" é um game de gênero ação-aventura com elementos de 'stealth', sendo o 8° jogo da linha cronológica principal da franquia "Assassin's Creed". O título foi desenvolvido pela Ubisoft Montreal (em parceria com outras 9 empresas externas) e publicado pela Ubisoft. Sendo lançado no dia 11 de novembro de 2014, o jogo possuí versões para Playstation 4, Xbox One e PC.

 Info:

A trama do jogo gira em torno de Arno Victor Dorian, que após testemunhar o assassinato de seu pai enquanto ainda era criança, é adotado pelo Grande Mestre Templário De La Serre. O mesmo desconhecia do cargo importantíssimo que seu pai adotivo possuía, mas após anos à frente testemunhar mais uma vez a morte do mesmo, Arno decide entrar para Ordem dos Assassinos em busca de justiça e um motivo para lutar ao meio da Revolução FrancesaEm torno desta trama, Arno descobre que sua irmã adotiva (no qual o mesmo também se apaixonou ao longo dos anos), agora é uma Templária e necessariamente contra os objetivos de Arno. Com isso, uma escolha de amor ou obrigação acaba se criando entre os dois.

Enredo Surpreendentemente Fraco:

Se tem uma característica que eu nunca pensei que iria reclamar na franquia "Assassin's Creed", sem dúvida, é o seu enredo. Mas, isso infelizmente acaba de mudar com o lançamento de "Unity". Surpreendentemente, o jogo possuí um enredo fraquíssimo! Essa afirmação se dá por vários fatores, mas os três principais são a falta de bons personagens, o excesso de momentos clichês e praticamente a jogatina inteira nós conseguirmos prever o que irá acontecer. 

Na falta de personagens, o protagonista Arno Dorian não possuí motivações ou carisma suficientemente comparável a qualquer outro integrante da Ordem dos Assassinos no qual nós já conhecemos (nessas horas a saudade de personagens como Altaïr Ibn-La'Ahad e Ezio Auditore da Firenze realmente batem à porta). Os coadjuvantes da trama também não empolgam, seja o parceiro de Arno, Brutte, ou a sua amada, Élise (apesar da última ser a personagem mais forte da trama). 

Um fator no enredo que eu, sendo um imenso fã da franquia "Assassin's Creed", me decepciono, é com o desleixo e completa falta de trabalho em relação a trama moderna pela qual a série vem trazendo nos seus últimos jogos. Tudo começou com "Black Flag", mas nós demos um desconto ao game por pensarmos que aquilo seria visto apenas naquele jogo em específico. Mas, aparentemente, a Ubisoft abandonou o barco em relação às tramas e conflitos modernos (no qual diga-se de passagem, acabou ridicularizadamente em "Assassin's Creed III"). É uma pena, até porque grande parte do interesse dos fãs da série vinha pelas novidades e informações das relações com Desmond Miles e sua busca por salvar o mundo. 

A trama de "Unity" é surpreendentemente fraca, seja pela falta de bons personagens, 
pelo excesso de momentos clichês ou por conseguirmos prever tudo que irá acontecer

Gráficos Lindíssimos: 

"Unity" é o primeiro jogo da franquia exclusivo para consoles da nova geração, e ao menos graficamente falando, o jogo faz jus a essa afirmação. O design gráfico do game é uma de suas melhores características, tanto na parte técnica visual, quanto nas expressões faciais. Obviamente, os cenários e ambientações são os grandes destaques do jogo, apresentando um trabalho absolutamente INCRÍVEL na representação de Paris do século XVIII. 

Todos os prédios (tanto externamente quanto internamente) possuem gráficos que confundem com a realidade, de tão bem polidos que estão. As expressões faciais, por sua vez, são igualmente impressionantes. O trabalho técnico aqui está muito bem feito, e mostram que ao menos graficamente a franquia "AC" está pronta para a nova geração, trazendo expressões realistas e bem encaixadas. 

Os gráficos do jogo, tanto as ambientações, quanto as expressões 
faciais estão altamente bem feitas e mostram que "AC" está pronta 
para a nova geração, ao menos graficamente falando

Jogabilidade Renovada, Porém...

Quem acompanha a franquia "Assassin's Creed", sabe que a Ubisoft tem o defeito de reaproveitar demais as suas 'engines' de jogabilidade, mas que eventualmente os novos títulos da série renovam o 'gameplay'. Este é o caso de "Unity", que trás uma nova dinâmica de jogabilidade para os consoles da nova geração. 

Focando principalmente no 'parkour', característica essencial da série, "Unity" trás uma leveza e movimentos altamente bem fluídos para todos os momentos, seja escalando prédios ou simplesmente andando pelas ruas de Paris. A locomoção do personagem está fluída e diferenciada (novamente fatores que a Ubi sempre capricha nos seus títulos da série). PORÉM, todas essas novas características foram manchadas pelo gigantesco excesso de bugs que a nova 'engine' trouxe consigo. Esse é um tópico tão extenso que iremos comentar sobre ele exclusivamente a partir de agora. 

A jogabilidade de "AC: Unity" está renovada, mas...

MUITOS Bugs:

A maioria das pessoas já devem saber (principalmente quem está jogando o game), mas nós somos obrigados a repetir o tamanho problema que "Unity" está passando. Óbvio que eu estou me referindo aos diversos bugs do jogo! A franquia "Assassin's Creed" já teve seu histórico de problemas e erros no funcionamento adequado de seus títulos. A primeira coisa que vem a mente é "Assassin's Creed III", lançado em 2012, que quando chegou ao mercado, acompanhava-se de diversos bugs. Lá, as situações eram semelhantes, até porque a série estava apresentando a sua primeira nova engine de jogabilidade, depois da original. 

Com "AC: Unity", temos novamente uma nova engine, como já foi dito. E, juntamente com essas mudanças, o histórico de bugs foi triplicado, se comparado aos de "AC III". Há uma estima que existem mais de 300 diferentes bugs ao redor do jogo. Sim, esse número também abrangem pequenos problemas, que as vezes passam despercebidos. Mas, os que realmente são perceptíveis, são bugs escrotos e simplesmente inexplicáveis de como passaram a serem lançados junto à liberação do game. 

Vocês querem exemplos? Eu posso fazer um texto até amanha com os bugs relatados pelos jogadores. Gemidos do personagem Arno quando trancado em um local, paredes invisíveis, travamento do jogador, quedas para o Limbo do jogo, NPC's que voam e deslizam pelo cenário, objetos que desaparecem, inimigos que ressuscitam, o protagonista que atravessa paredes e pessoas, congelamentos da tela inesperados e claro, aquele 'bug' bizarro dos personagens sem faces, apenas com olhos e bocas escancarados. 

Esses foram alguns exemplos, mas existem outros tipos de bugs relatados que simplesmente são ridículos de acontecerem e que inclusive podem danificar o seu console. Estou falando do 'bug' do congelamento, que não só trava o jogo inteiro, como também tira a oportunidade de desligarmos a nossa máquina, e sermos obrigados a retirarmos o console da tomada. Olha o ponto em que temos que chegar... Você compra o jogo na expectativa de se divertir, e o mesmo pode até danificar o seu console por completo. Lamentável Ubisoft!

Alguns dos bugs relatados pelos jogadores são engraçados, mas outros 
são simplesmente bizarros e que inclusive podem danificar o seu console. É lamentável!

Inteligência Artificial Fraca... De Novo:

Mesmo sem bugs, a inteligência artificial de "AC: Unity" é fraquíssima. Isso, de certo modo, já era até de se esperar, levando em conta que a inteligência artificial dos outros jogos da franquia também já era fraca. Mas, falando no presente, tal afirmação se justifica provavelmente através do "novo" sistema da série: o 'stealth'. Essa nova aproximação mostra o quão burros os inimigos são, e que poderemos várias vezes estarmos ao alcance deles e a reação é neutra. 

Porém, esses problemas não acabam por aí. A 'IA' do jogo também é fraca em relação aos civis NPC's. Apesar da estima dos produtores ser de mais de 500 NPC's em uma quadro, todos os cidadãos possuem movimentos estranhos (muitos deles novamente relacionados aos bugs) e vários terem o mesmo rosto. Não tem nada mais desanimador do que ver dois civis iguais em um local, e isso é algo muito frequente em "AC: Unity". Não é diretamente relacionado à inteligência artificial, mas vale comentar... 

Oportunidades Diferenciadas e Árvores de Skills:

Uma característica que "AC: Unity" renovou na série foram as táticas de aproximações ao objetivo do jogador em determinadas missões, além do acréscimo da "árvore de skil", que dá um gosto de RPG à jogatina. As oportunidades dos quais estamos falando está relacionada a diversas missões de assassinarmos um alvo, no qual nos jogos anteriores apenas poderíamos fazer de forma linear. Isso foi alterado em "Unity", pois agora temos a oportunidade de criarmos estratégias muito mais elaboradas para assassinarmos um alvo. Seja subornando determinados civis ou traçando um caminho através do subterrâneo, as oportunidades novas estão muito extensas e dão uma variedade de jogatina muito divertida. 

Ainda no tópico de novidades, tivemos o acréscimo da "árvore de skills", no qual lembra muito jogos de RPG, e surpreendentemente algo que a série nunca havia abordado. As escolhas das habilidades a se aperfeiçoar afetará diretamente no 'gameplay', e muitos dos movimentos que tínhamos de graça nos jogos anteriores, agora só podem ser adquiridos com o esforço de possuir pontos de habilidades. É uma tática excelente para série, e realmente esperamos que ela siga em frente com essa característica diferenciada e dinâmica.

As diferentes táticas de estratégias e a adição da "árvore de skills" são características 
que realmente esperamos que a Ubisoft mantenha nos games futuros da série

Arsenal Extenso e Diversificado:

Outra novidade MUITO agradável no jogo foi o acréscimo de uma caracterização completa do personagem. Isso tudo vem acompanhado com um arsenal extenso e bem diversificado. Basicamente, podemos caracterizar e alterar TUDO o que Arno leva no corpo consigo, principalmente a sua armadura. 

As opções são muitas, tendo em vista que o jogo teve a brilhante ideia de dar uma vantagem diferente para cada tipo de item. Existem roupas que são especializadas para aproximações 'stealth' e outras armaduras que servem justamente para o Arno poder se defender em combates abertos. Você também pode customizar a cor de todos os apetrechos, além de alterar entre diferentes capuzes e até mesmo botas. É outra excelente qualidade do jogo!

No jogo, também podemos alterar entre diferentes estilos de armaduras e armas, 
cada uma com uma vantagem específica para a jogatina

Trilha Sonora Excelente:

Seguindo o padrão da série, "Assassin's Creed: Unity" trás uma belíssima e original trilha sonora à atmosfera do game. Praticamente todas as músicas de fundo estão encaixadas em seus determinados lugares e momentos, e a fluidez da música orquestral lembra bastante o século XVIII, o quão é a intenção do jogo. Essa característica nada mais é do que uma continuidade à série, até porque todos os games anteriores também possuíam lindíssimas e marcantes trilhas sonoras. 

Duração Extensa:

Seguindo o padrão da série, "AC: Unity" faz jus ao seu preço no mercado, até por que, é um dos games anuais que mais possuem missões principais, secundárias, objetivos extras e claro, horas de diversão. "Unity" não é diferente, o jogo possuí muitos afazeres, e para quem tentar completar os aclamados 100% pode chegar de 70 à 80 horas de jogatina. É um alívio muito grande, e que faz valer o preço comprado, ao menos em relação a esta característica. 

Dificuldade Um Pouco Elevada:

Antes do lançamento do jogo, já haviam informações de que a Ubisoft pretendia aumentar a dificuldade de seu mais novo jogo, e que a sua engine nova de combate iria aperfeiçoar golpes mais táticos e complexos. Essa afirmação, de fato, é verdade. A dificuldade de "Unity" está mais elevada, principalmente nos momentos de combate aberto, o que faz com que o jogador tente várias vezes aproximações em 'stealth'. 

Claro, parte dessa dificuldade está relacionada a bugs, que fazem com que o inimigo ressuscita ou lhe dê mais dano que o normal. Ainda assim, é bom ver que a série já não é mais aquela coisa fácil e sem gás que os jogos anteriores apresentavam, em que todos os movimentos eram praticamente automáticos. 

Dublagem Brasileira Razoável:

Se tem uma coisa que a Ubisoft se supera em relação à outras empresas, é que ela definitivamente pensa no povo brasileiro. Desde "Assassin's Creed III" que nós temos uma dublagem local, mas outras franquias da empresa também estão mostrando esta característica. Com "Unity" não foi diferente! A dublagem brasileira está ali e o elenco de vozes e bem conhecido. Porém, quantidade não eleva qualidade, e a dublagem do jogo não passa do razoável. Isso, por parte, se dá as escolhas erradas de vozes, em que os personagens e os dubladores não combinam entre si. Infelizmente, apesar de vozes conhecidas de filmes e séries de TV, é mais vantajoso jogar com a dublagem original.

Catherine Bérubé faz a voz original da personagem Élise

Co-op - Leve Propaganda Enganosa:

Desde o início de seu 'marketing', "Assassin's Creed: Unity" afirmava que a principal diferença deste para os jogos anteriores da série seria o acréscimo de um multiplayer cooperativo. De fato, ele está lá, mas sinceramente não parece o mesmo que foi apresentado. Isso principalmente se dá pelo fato de que todos os 4 personagens são iguais, ou seja, são 4 Arno's, e não novos protagonistas como haviam induzido. Além dessa decepção, é fácil de encontrar alguém que pretende atrapalhar a sala, q faz todos os objetivos da missão de forma que estrague a diversão. É uma leve propaganda enganosa, e um modo de jogo que será facilmente esquecido.

Está vendo estes personagens acima? Pois é, todos eles são Arno's!

Resultado Final:

De fato, devemos ser sinceros que "Assassin's Creed: Unity" é um dos piores games da série. Isso se dá por diversas junções de características, principalmente as falhas novidades. A história é a mais previsível e fraca da cronologia principal da série, o que de fato surpreende, levando em conta que a Ubisoft sempre faz ótimos enredos. A jogabilidade, apesar de renovada, sofre muito graças aos bizarros bugs do jogo. Essa última característica, por sinal, é o que faz o game ser o mais fraco nos últimos anos da série. Os bugs são MUITOS, e a grande maioria são falhas escrotas, que não só atrapalham diretamente na diversão, como também causam uma raiva inexplicável no jogador, que compra o título com o intuito de se divertir. Ainda assim, vale mencionar o modo cooperativo, que nada mais é que 4 personagens clonados em missões específicas.

Porém, nem tudo é um mar vermelho, e "Unity" trás sim características boas. Os gráficos sem dúvida são o destaque, e mostram que a franquia está pronta para a nova geração. O jogo trouxe um sistema de diferenciadas estratégias, o acréscimo da "árvore de skills" e opções de customizações gigantescas e muito divertidas. Por fim, o jogo pode entreter qualquer fã da franquia ou do gênero, mas talvez, o grande furo da produção foi o título ter passado por 10 empresas conselheiras da Ubisoft, cada uma com a sua visão do que fazer. Essa junção acabou trazendo um jogo completamente inacabado (em relação aos bugs), com uma história pouco aprofundada e um cooperativo sem sal. 

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Assassin's Creed: Unity
Playstation 4 / Xbox One / PC
Novembro de 2014

"Assassin's Creed: Unity" é um game de gênero ação-aventura com elementos de 'stealth', sendo o 8° jogo da linha cronológica principal da franquia "Assassin's Creed". O título foi desenvolvido pela Ubisoft Montreal (em parceria com outras 9 empresas externas) e publicado pela Ubisoft. Sendo lançado no dia 11 de novembro de 2014, o jogo possuí versões para Playstation 4, Xbox One e PC. 

Enredo: A trama do jogo gira em torno de Arno Victor Dorian, que após testemunhar o assassinato de seu pai enquanto ainda era criança, é adotado pelo Grande Mestre Templário De La Serre. O mesmo desconhecia do cargo importantíssimo que seu pai adotivo possuía, mas após anos à frente testemunhar mais uma vez a morte do mesmo, Arno decide entrar para Ordem dos Assassinos em busca de justiça e um motivo para lutar ao meio da Revolução Francesa. Em torno desta trama, Arno descobre que sua irmã adotiva (no qual o mesmo também se apaixonou ao longo dos anos), agora é uma Templária e necessariamente contra os objetivos de Arno. Com isso, uma escolha de amor ou obrigação acaba se criando entre os dois.

Nota: 7,0

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~Lolo GM

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