Análise Assassin's Creed: Syndicate

"Assassin's Creed" é uma das franquias de vídeo-games mais queridas da última década, desde a geração passada. Porém, é inquestionável que ela vem sofrendo muitas críticas por parte dos próprios fãs, mas que sem dúvida, são merecidas. Depois do fiasco de "Unity" e a invisibilidade do fútil "Rogue", chegou a hora da teimosa Ubisoft lançar seu mais novo jogo anual para a franquia: "Syndicate". O resultado, felizmente, é mais aliviador, mas ainda falta muito para a série voltar aos trilhos.

Chegando a tão esperada Era Vitoriana, a parte técnica do jogo continua tão linda, como sempre foi. Porém, após as imensas críticas a "AC: Unity", a Ubisoft percebeu qual foi seu maior erro: exceder suas próprias expectativas. A empresa não conseguiu lidar com tal motor gráfico apresentado no jogo de 2014, portanto deu um passo para trás no mais novo capítulo, com gráficos inferiores e uma ambientação menos recheada de NPC's (o que no geral, era o verdadeiro motivo de tantos bug's existentes no título). Esse "One step forwand and two steps back" pode ter funcionado agora, pois os tão temidos bugs não estão com tanta frequência como anteriormente, mas essa tática não pode continuar no ano que vem. 

O enredo, que já alguns anos vêm sendo uma característica bem rasa na franquia (basicamente desde "Assassin's Creed III"), ganhou um certo impulso em "Syndicate", no momento que apresenta, pela primeira vez na série, dois protagonistas jogáveis. Longe de ser uma novidade no mundo dos games em si, mas de fato uma boa característica no título, os dois novos protagonistas são uns dos mais carismáticos dos últimos anos, com muita dose de humor e sendo distintos em características de combate. Enquanto Jacob usufruí de sua força física para enfrentar seus oponentes através dos próprios punhos, sua irmã Evie tira vantagem de suas táticas silenciosas.

Mas não se engane, a série ainda não deve ser considerada um jogo "stealth", desde que as mecânicas do mesmo continuam sendo extremamente falhas e mal sincronizadas com os NPC's. Se por um lado o enredo ganha força com seus dois novos protagonistas, os acontecimentos no desenrolar da trama e personagens secundários não ajudam a melhorar. O temido vilão industrialista, Crawford Starrick, pode ser considero um ótimo personagem, mas não teve o mínimo de usufruição digna para entrar no legado da franquia. 

Outras figuras famosas da história verídica, como o inspetor Frederick Abberline, o escritor Charles Dickens, o naturalista Charles Darwin, o inventor Alexander Graham Bell, o teórico de economia e politica Karl Marx, a pioneira da enfermagem moderna Florence Nightingale e a Rainha Victoria também são exemplos de personagens que não foram devidamente explorados na rasa trama apresentada.

Decretando-se então, uma franquia anual, a Ubisoft coloca alguns novos utensílios para dar uma disfarçada na falta de novidades da jogatina. Essas novas características podem ser bem vindas, mas estão longe de justificar um jogo novo completo. Dentre elas, o acréscimo do gancho (semelhante ao usado pelo Batman na franquia "Arkham") e as carroças como método de locomoção são os principais exemplos.

Mas talvez, o maior problema evidente de "Assassin's Creed: Syndicate" seja a falta de trabalho na IA do jogo, principalmente quando se trata dos nossos inimigos. A franquia nunca foi exemplar em tal característica, mas no novo título é que as coisas ficam bastante escancaradas ao jogador. Os inimigos não reagem como deveriam reagir, são fáceis de derrotar (tornando a dificuldade do jogo muito simplista) e acabam sendo as principais vítimas de bugs da jogatina. Mais um exemplo do dever de casa mal feito da Ubisoft...

Veredito:

A Ubisoft pode até tentar melhorar sua franquia já não tão mais querida pelo público, mas a verdade é uma só, e todos nós sabemos: já passou da hora da série deixar de ser anual! Um ano recebemos um fiasco, no outro um título raso sem o menor brilho possível. Os fãs estão cansados, mas a empresa insiste em jogar a culpa nos próprios jogadores, dizendo que eles escolhem por mais e mais. 

É um jogo que não brilha em quase todas as características. É evidentemente melhor que "Unity", mas que falta muito para ser um jogo memorável. O enredo ganha força com seus dois ótimos protagonistas jogáveis, que mudam de atribuições em combate, e não apenas na aparência, mas perde a mesma força ao não explorar figuras secundárias com tanto potencial. O jogo trás sua dose típica de bugs, mas que não são tão frustantes quanto os do jogo anterior. Ainda assim, a franquia precisa voltar aos seus trilhos, de preferência parando com tamanha insistência em se tornar uma franquia anual. 

Nota: 7,8

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Ficha Técnica:

Assassin's Creed: Syndicate

PS4 / Xbox One / PC

Outubro de 2015 (PS4/Xbox One) / Novembro de 2015 (PC)

Assassin's Creed Syndicate é um videojogo de acção-aventura de ficção histórica produzido pelo Ubisoft Quebec, com o apoio de oito outros estúdios da companhia. Syndicate é o nono jogo principal da série Assassin's Creed, sucessor de Assassin's Creed Unity (2014), e publicado pela Ubisoft a 23 de Outubro de 2015 para PlayStation 4 e Xbox One e 19 de Novembro de 2015 para Microsoft Windows. (Wikipédia - Assassin's Creed: Syndicate)

Enredo: Em 1868, durante o período final da Revolução Industrial, com a Irmandade dos Assassinos erradicada, os gémeos Jacob (Paul Amos) e Evie Frye (Victoria Atkin) deixam Crawley e dirigem-se para Londres. Ao chegarem encontram uma cidade controlada pelos Templários, em que tanto a Igreja como a Monarquia estão a perder o poder. Criados como Assassinos para seguirem os ensinamentos da Irmandade, Jacob e Evie querem restabelecer a ordem retirando o controlo feito por Crawford Starrick, um terrível Templário industrialista, e infiltrando-se no mundo do crime organizado de Londres. (Wikipédia - Assassin's Creed: Syndicate)

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~Lolo GM