sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Análise Mad Max


"Mad Max" é um game de ação e aventura, desenvolvido pela Avalanche Studios e publicado pela Warner Bros. Interactive Entertainment. O jogo conta com uma história separada dos demais títulos da famosa franquia cinematográfica. Foi lançado em 1 de setembro de 2015 para Playstation 4, Xbox One e PC

Info:

Max está cansado de seu histórico famoso e violento. Já cansado, ele parte em busca de paz de espírito nas chamadas Planícies do Silêncio. Contudo, no caminho para tal mitológico local, Max é deparado com diversos Garotos de Guerra e o próprio Lorde Scrotus, filho de Immortan Joe (vilão principal de "Mad Max: Estrada da Fúria") e chefe da região. 

Max então perde seu carro, o lendário Interceptor, e começa sua jornada partindo do nada. Com a ajuda de um mecânico corcunda chamado Chumbucket, Max irá aprimorar seu mais novo carro, o Magnum Opus, ao mesmo tempo que busca uma vingança contra aqueles que destruíram seu antigo veículo. 

Enredo que Demora Para Engrenar:

O conceito inicial de Mad Max é mais que simples! Apresentar um vilão totalmente novo, mas com ligações fraternas com outros personagens da franquia cinematográfica também não é lá original. Contudo, mesmo com toda a simplicidade, o jogo te cativa desde o início. Você realmente compra a nova jornada (previsível) de Max em busca de um novo carro para confrontar aqueles que destruíram seu lendário Interceptor (que aparece em todos os filmes, portanto vende um espírito de vingança principalmente para os fãs da série). 

Porém, "Mad Max" é mais um título da Warner. Bros que demora pra engrenar (ano passado foi "Shadow of Mordor"). O jogo não possuí exatamente uma campanha longa, mas o truque aqui é obrigar o jogador a efetuar as dezenas de tarefas secundárias do jogo para progredir na história, fazendo com que ela frute mais conteúdo do que realmente tem. Quando a história finalmente engrena, o jogador se anima, joga por mais 1 hora e meia, e quando menos espera, o game acabou... Sem mais, nem menos! 

Existe uma sensação de insatisfação nesse quesito, por trazer horas de campanha para apenas no último ato realmente animar quem está atrás da tela. Ao menos, ao contrário de "Shadow of Mordor", o final de Mad Max encaixa bem as coisas na cronologia da franquia, trazendo um último ato extremamente épico e com o maior estilo frenético que Mad Max poderia oferecer a seus fãs. 

Mad Max sofre em demorar muito para animar com seu enredo, 
mas o último ato do game trás épicos momentos ao jogador

Gráficos Ligeiramente Ultrapassados:

Mad Max está longe de ser um dos jogos mais bonitos de 2015. Com tantos lançamentos impressionantes nesse quesito, como "The Witcher 3: Wild Hunt", "Batman: Arkham Knight" e até mesmo seu rival de lançamento, "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain", o jogo sente-se ultrapassado. Os gráficos seguem a famosa categoria de capricharem na ambientação e iluminação, mas trazer expressões faciais fracas, com a semelhança de um jogo lançado à 3 anos atrás. 

No momento inicial, você fica impressionado com o game. Seu cenário é simplesmente LINDO, e sua iluminação literalmente transporta o jogador para a famosa Wasteland. Claro, existem quedas de frames e certos locais que a textura parece mal acabada, mas no geral é algo muito bonito de se apreciar. Mas, o que realmente prejudica são as expressões faciais, essas que não possuem uma boa sincronização com a dublagem e não transportam uma carga emocional para seus personagens.

Os gráficos de Mad Max se submetem a uma divisão de categorias: são ótimos em 
relação aos cenários e iluminação, mas são ultrapassados nas expressões faciais

Jogabilidade com Problemas, Mas Diverte:

Mad Max possuí mais uma categorias de altos e baixos, mas dessa vez mais camuflado. A jogabilidade também é, por parte, ultrapassada, mas apenas quando controlamos o personagem do Max individualmente. A pé, o protagonista não possuí uma movimentação boa e o (já famoso na internet) pulo do Max é algo literalmente medíocre (sacou a piada?), que não serve de NADA para o jogatina, que o obriga pular pelos obstáculos através de locais marcados. 

O combate, por sua vez, é a mecânica já conhecida do gênero, que utiliza de ataques e contra-ataques, pressionando-se um botão ao aparecer o aviso na cabeça dos inimigos. É um sistema cativante, mas que você irá decidir se já está de saco cheio ou não. Mas, ainda assim, a câmera se atrapalha um pouco e a resposta dos controles é HORRÍVEL. Max muitas vezes não contra-ataca mesmo apertando-se o botão, sem falar no pulo de desvio, que falha miseravelmente muitas vezes. 

A jogabilidade a pé do game é algo, muitas vezes, 
frustante pela câmera e movimentos desequilibrados

Porém, finalmente, onde o título mais brilha é através da jogabilidade com os veículos. Max pode aprimorar seu Magnum Opus para melhorá-lo seu desempenho em várias categorias (que estaremos comentando mais adiante). A forma como seu veículo irá reagir em cima dos diferentes tipos de terreno é algo que irrita em muitos momentos (seu veículo acaba sendo destruído por inimigos porque você está entalado em petróleo) mas é algo totalmente realista, que transporta ao jogador as sensações exatas de dirigir um carro. Isso sem falar nos belíssimos efeitos de explosão. Vale lembrar ainda que, no jogo, você pode posicionar a câmera no carro para primeira-pessoa, que causa uma imersão extremamente divertida. Sem dúvidas uma das melhores jogabilidades de veículos do mercado!

A jogabilidade nos veículos é magnífica, transporta exatamente a mudança 
de relevos que o cenário do game possuí, sem falar nos belíssimos efeitos de 
explosões que trazem uma ação frenética que é o maior estilo de Mad Max

Franquia Mad Max:

Caso você esteja interessado no jogo mas não conhece nada da franquia título, aqui vai uma breve explicação da famosa série cinematográfica: o primeiro Mad Max foi lançado em 1979, dirigido por George Miller (que cuidou da direção de todos os filmes) e protagonizado pelo lendário Mel Gibson. O ator simplesmente decolou sua jovem carreira com o título, protagonizando todos os três filmes originais, com exceção do mais novo "Estrada da Fúria", estrelado por Tom Hardy ("A Origem", "Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge"). 

O primeiro filme trás como cenário uma Austrália entrando em um lento processo pós apocalíptico, no qual o caos e desordem dominam as ruas. Max é um dos poucos policiais honestos existentes na região, e acaba entrando em uma disputa contra uma gangue de motoqueiros, liderados pelo infame Toecutter.

Mel Gibson em "Mad Max"

Neste filme original, que serve mais como um prelúdio para o restante da série, Max perde sua família e torna-se o "Mad Max" que conhecemos. O segundo filme, considerado por muitos o melhor da franquia, embarca no mundo totalmente pós apocalíptico que conhecemos na série. Por fim, o terceiro trás apenas mais uma aventura a Max e explora melhor o lado "caridoso" do personagem. 

"Mad Max 2", considerados por muitos o melhor filme da série

A série iria para seu quarto capítulo, ainda com Mel Gibson, em meados de 2000, mas as desavenças entre o ator e o diretor George Miller o fizeram abortar o projeto. Elenco mudado, história renovada e efeitos especiais magníficos fizeram "Mad Max: Estrada da Fúria", lançado em 2015, um dos melhores filmes do ano e um clássico moderno instantâneo. O jogo, por sinal, se inspira totalmente no cenário do mais novo filme, ainda que traga muitas referências e semelhanças de toda a série. 

"Mad Max: Estrada da Fúria", clássico instantâneo de 2015

Extensa Personalização:

Uma das características mais cativantes de Mad Max, evidentemente, é o fato de podermos personalizar e melhorar o nosso Magnum Opus (substituto do Interceptor). Aqui, existem diversas categorias que você sentirá obrigado a melhorar o mais rápido possível. Isso pois, o jogo consegue lhe transmitir de maneira magnífica o quanto um carro em péssimo desenvolvimento é usufruído em ação. O uso dele no começo do game restringe a qualidade até mesmo da locomoção das rodas do veículo.

Portanto, com as suficientes sucatas no seu inventário, você terá a opção de melhorar sua blindagem, grade de colisão, pneus, suspensão, pintura, adesivos decorativos, arpão comum e arpão-trovão, além de muitas outras categorias. Claro, para desenvolvê-lo ao máximo não apenas deverá ser recolhido gigantescas quantidades de sucata, como, em alguns casos, será necessário o término de missões secundárias. 

A customização dos veículos é extensa e trás ao jogador o 
objetivo de querermos melhorar nosso Magnum Ops mais e mais...

Mas não apenas o veículo que ganha sua cota de personalização. Max também é presenteá-lo com algumas opções de customização, como a melhoria da famosa jaqueta do personagem, cinto de munição, soqueiras, novas habilidades de combate, escolhas para a cabeça de Max e mais... Aqui, as opções não são tão extensas como no veículo, mas causam uma necessariedade com ainda mais sucata no inventário do jogador. 

Apesar de não possuir a mesma complexidade dos 
veículos, a customização de Max é divertida

Mundo Aberto Gigante:

Particularmente, com os gameplays publicados pela Avalanche Studios de Mad Max meses antes de seu lançamento, eu tive a breve impressão de que este não seria um dos títulos com maior número de metros quadrados em seu mapa. Eu estava deliberadamente errado! Claro, o nível de liberdade do game não se compara a um "The Witcher 3: Wild Hunt" ou "Grand Theft Auto V", mas é algo que impressiona pela mudança climática, visual e em alguns casos, sonora. 

O mapa do jogo é gigantesco, e você é surpreendido com o quanto de conteúdo você terá de efetuar durante a jogatina para se dar bem com seu Magnum Opus. Além disso, sendo bastante fiel ao universo Mad Max, os perigos estão iminentes em todas as esquinas aparentemente desérticas, seja por veículos de Garotos de Guerra, pelos irritantes Buzzards ou ainda os raros Bandoleiros, que sempre lhe causarão uma dorzinha de cabeça na jogatina e sua dificuldade mediana.

O mundo de Mad Max é extenso e com perigos iminentes a cada esquina

Objetivos Semelhantes:

Mas, o risco de atribuir um mapa extenso em um jogo é justamente não saber equilibrar seu conteúdo. Mad Max tem MUITOS objetivos secundários, que geram dezenas de horas facilmente. Mas, ao contrário de um "The Witcher 3", Mad Max cai na mesmice. O jogador, infelizmente, enjoa com os objetivos semelhantes da jogatina, que, como já foi comentado, são forçados a serem executados pela campanha principal. 

O jogador cansa de fazer as mesmas coisas nos cenários reciclados de Acampamentos, ou ir atrás de desafiadores comboios apenas para adquirir uma decoração de capô, isso sem falar nas irritantes missões de desarme de minas, que devemos sempre pegar Dinki-Di e o veículo de Chum para executá-las. O game facilmente enjoará, mas em seguida repõe a vontade do jogador em completar a jornada do Max, e dependendo do caso, até mesmo adquirir os diversos (e semelhantes) objetivos secundários. 

Bugs Frequentes:

Mad Max, ao contrário de recentes lançamentos na plataforma do PC, apresenta uma boa otimização e sem quedas de frames aparentes em boas máquinas. Mas, algo que irrita em todas as versões são, justamente, os diversos bugs. Esses que afetam várias categorias do jogo, desde gráficos (texturas ficam inexistentes), cenário (o jogo lhe joga para o famoso Limbo algumas vezes) e até mesmo sonoro (os efeitos do jogo frequentemente não funcionam ou ficam baixos demais, fazendo com que o jogador tenha que pausar seu jogo para arrumá-lo). São problemas que provavelmente irão ser ajustados em futuras atualizações, mas que não deixam de atrapalhar a jogatina em toda sua frequência.

Dublagem Australiana:

O game, evidentemente, possuí diversas homenagens e referências aos filmes antigos e o mais recente lançamento da série. Porém, uma das mais evidentes é a dublagem do próprio Max, totalmente com o sotaque australiano em referência ao local de lançamento do primeiro filme da série, além do próprio sotaque do personagem, de origem do mesmo país.

Mas, não se enganem! A dublagem de Mad Max é, surpreendente, amadora! Com poucas exceções, as vozes não funcionam bem em seus personagens e os já citados bugs de áudios atacam aqui também. Dessa vez, a voz de NPC's mudam violentamente durante uma mesma conversa, o que é realmente bizarro para um jogo de 2015 e com o porte de Mad Max. Algumas vozes se salvam, como a do protagonista e de seu parceiro Chum, mas são realmente pequenas exceções.

Mad Max possuí uma dublagem amadora, ainda que 
faça referência ao país de origem dos filmes clássicos

Resultado Final:

Mad Max é um daqueles games cativantes desde a primeira vista. Quem é fã da franquia irá adentrar na apocalíptica Wasteland sem pensar duas vezes. É um jogo divertido, acima de tudo! Mas, não escapa de ter seus problemas. Um dos mais comuns é a história que, além de demorar para engrenar, acaba mais cedo do que deveria quando as coisas realmente ficam interessantes. Os gráficos seguem a famosa divisa de ambientação/expressões faciais. Enquanto um impressiona pelos detalhes, o outro deixa muito a desejar! A jogabilidade também é uma divisa de qualidades, com Max a pé tendo diversos problemas de resposta dos controles, enquanto nos veículos mostra todo o potencial do título da Avalanche Studios.

O jogo provavelmente lançou em um período errado do ano! Juntamente com "Metal Gear Solid V: The Phantom Pain", o game talvez não receba a atenção merecida. Fãs da série e do gênero irão apreciar o trabalho da Avalanche e da Warner Bros., que mais uma vez mostra-se capaz de fazer uma coisa em comum nos seus jogos: divertir!

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Mad Max
PS4 / Xbox One / PC
Setembro de 2015

"Mad Max" é um game de ação e aventura, desenvolvido pela Avalanche Studios e publicado pela Warner Bros. Interactive Entertainment. O jogo conta com uma história separada dos demais títulos da famosa franquia cinematográfica. Foi lançado em 1 de setembro de 2015 para Playstation 4, Xbox One e PC. 

Enredo: Max está cansado de seu histórico famoso e violento. Já cansado, ele parte em busca de paz de espírito nas chamadas Planícies do Silêncio. Contudo, no caminho para tal mitológico local, Max é deparado com diversos Garotos de Guerra e o próprio Lorde Scrotus, filho de Immortan Joe (vilão principal de "Mad Max: Estrada da Fúria") e chefe da região. Max então perde seu carro, o lendário Interceptor, e começa sua jornada partindo do nada. Com a ajuda de um mecânico corcunda chamado Chumbucket, Max irá aprimorar seu mais novo carro, o Magnum Opus, ao mesmo tempo que busca uma vingança contra aqueles que destruíram seu antigo veículo. 

Nota: 8,3

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~Lolo GM

2 comentários:

  1. Post incrível, acabei de conhecer o site e estou achando fantástico!

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    1. Primeiramente, seja bem vindo ao A Place of Games. Nós ficamos realmente felizes em saber que você está apreciando o resultado de nossas postagens :3

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