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sexta-feira, 29 de maio de 2015

Análise The Witcher e The Witcher 2: Assassin's of Kings


"The Witcher" é uma franquia de RPG e elementos de 'hack and slash' com atualmente 3 jogos, sendo os dois primeiros analisados na postagem em questão. Ambos os títulos foram desenvolvidos pela CD Project RED e publicados pela Atari na América do Norte. O primeiro game foi lançado em 30 de outubro de 2007, exclusivamente para PC. O segundo jogo, por sua vez, possuí versões para PC e Xbox 360, sendo lançado em maio de 2011.

 Info: 

Todos os jogos da série se passam nos chamados Reinos do Norte, formados pelas regiões de Aedirn, Cintra, Kaedwen, Kovir, Poviss, Lyria, Rivia, Redania e Temeria. Grande parte dessas localizações está sob o controle do Império de Nilfgaard. O protagonista da franquia é Geralt de Rívia, um denominado bruxo, caçador de monstros e um mutante sem sentimentos. 

O primeiro game da série inicia com Geralt sendo contratado para ir atrás de Adda, filha do Rei Foltest, pelo qual foi amaldiçoada à se tornar um monstro. A CG inicial do game introduz o universo de Geralt ao jogador, no momento que ele deve desfazer a maldição de Adda. Na manhã seguinte, após uma batalha, Geralt encontra a garota na sua forma humana. O que ele não sabia, é que Adda ainda não estava totalmente libertada, e o monstro ainda possuía domínio sobre ela. Com isso, a criatura o acerta com uma espécie de veneno no rosto. 

Os anos se passam misteriosamente, e Geralt é encontrado abandonado em frente à fortaleza dos bruxos, Kaer Morhen. Recuperando a consciência mas sem se lembrar de nada do seu passado, Geralt parte em busca de recuperar sua memória perdida. 

Enredo Ótimo e Com Múltiplas Escolhas:

Fazendo jus ao gênero dos RPG's, a franquia "The Witcher" sempre soube aproveitar o rico enredo do universo das obras literárias de Andrzej Sapkowski. Trazendo um sistema de escolhas semelhantes aos vistos nas séries "Mass Effect" e "Dragon Age", The Witcher sempre foi além nessa característica. Ou seja, as múltiplas decisões e conflitos se encontram em proporções muito maiores, e isso, com certeza, é o grande destaque na história de Geralt de Rívia

Grande parte das complicadíssimas decisões se dá pelo fato dos jogos sempre trazerem personagens incríveis, complexos e cheios de carisma. Portanto, no que parece a mais simples escolha durante um momento de diálogo acaba se tratando do destino concreto daquele determinado personagem. Talvez ambos os dois primeiros jogos abusem do tempo de campanha principal, dando impressão de algo repetitivo e que poderia ser solucionado mais rapidamente. Mas, achamos simplesmente errado reclamarmos de algo que dura muito, até por que, o dinheiro que pagamos nos jogos merece ser recompensado pela duração. 

O enredo dos jogos sempre foram ótimos, seja por trazer gigantescas 
proporções de escolhas ou por introduzir magníficos personagens

Gráficos Lindíssimos:

"The Witcher" é um exemplo de RPG com gráficos de cair o queixo. Talvez a franquia de jogos do gênero com maior qualidade nesse quesito, o potencial gráfico dos games em seus determinados anos de lançamento sempre exploravam ao máximo as máquinas e consoles dos jogadores. Vale comentar, primeiramente, sobre as famosas CG's iniciais que todos os jogos possuem, de altíssimas qualidade e que consegue preparar muito bem a animação do jogador para o que virá a seguir.

Mas já entrando nos gráficos verdadeiros do jogo, a franquia sempre se deu igualmente bem. O capítulo inicial, lançado em 2007, é obviamente o mais ultrapassado, e atualmente (ainda mais se comparados aos de "The Witcher 3") são os gráficos considerados mais toscos. Ainda assim, no ponto de vista da época, um RPG com tamanha boa qualidade de vegetação, iluminação e até mesmo expressões faciais era algo magnífico, e que impressionava a todos. Contudo, 4 anos depois, "The Witcher 2: Assassin's of Kings" lançou e uma das suas maiores inovações, justamente, foram os gráficos, considerados lindíssimos até hoje, e ainda sim muito melhores que diversos RPG's lançados no mercado. 

Perceba-se o detalhe na vegetação, iluminação 
e texturas do game (Imagem de The Witcher 2)

Jogabilidade Boa, Contudo...

Talvez o único quesito que haja de se criar um defeito técnico na série, é na sua jogabilidade, principalmente a do primeiro game. Em 2007, era difícil de se esperar altas revoluções nessa característica, mas o jogo realmente ficava devendo. Deixando os diversos bugs de lado (que depois foram arrumados com versões como a "Enhanced Edition") a jogabilidade era travada e extremamente robótica. O combate era bem medíocre, cansativo e a inteligência artificial dos inimigos acaba sendo muito ruim. 

Contudo, a franquia iria se recuperar, e implantou um sistema totalmente renovado em "The Witcher 2", com uma locomoção muito mais equilibrada e com um combate variadíssimo, trazendo a possibilidade de pulos e esquivas que funcionam muito bem para os contra-ataques. A inteligência artificial ainda não era das melhores, mas iria ficando mais apelativa a cada dificuldade aumentada. 

Mas, vale comentar sobre algo que assombrou a série até o lançamento do terceiro game. Estamos falando, obviamente, da incapacidade de Geralt em pular. Em um game que a disposição é de trazer um mundo aberto, o mínimo que poderíamos fazer é pular obstáculos. Não na visão da "CD Project RED", que só aprendeu com as reclamações em 2015, com o lançamento de "The Witcher 3".

A jogabilidade de "The Witcher" passou a se tornar algo suportável apenas no segundo 
jogo, em que a locomoção e combate foram amplamente melhorados

Universo Literário Polonês:

Caso você não tenha percebido, não é uma coincidência a desenvolvedora dos games ser polonesa. Isso se dá pois, originalmente, "The Witcher" é uma série de livros e curtas literários poloneses, publicados por Andrzej Sapkowski. Assim como nos games, os livros contam a história de Geralt de Rívia. Os "Bruxos" são caçadores de monstros, que, através de treinamento físico e modificação corporal, criaram uma habilidade sobrenatural ainda jovens para que pudessem enfrentar tais criaturas. 

Atualmente, 4 livros foram oficialmente traduzidos para o inglês: "The Last Wish", "Blood of Elves", "Time of Contempt" e "Baptism of Fire". E se você acha que a franquia parou por ai, está altamente enganado. Ainda foram lançados 6 HQ's, um filme e uma série de TV que possuiu apenas 13 episódios. Ambos (o filme a série) foram a mídia pior recebida pelos fãs e críticas, e o próprio Sapkowski expressou sua insatisfação: "Eu posso defini-lo em apenas uma palavra, obsceno, apesar de ser um curta". 

Alguns dos livros e filmes publicados em nome da franquia "The Witcher"

Geralt de Rívia - Um Badass Ao Extremo:

Como já foi mencionado, a franquia "The Witcher" é conhecida pela enorme facilidade em criar personagens magníficos e extremamente carismáticos. Mas, acima de todos eles, está o protagonista Geralt de Rívia. Sem dúvida, Geralt é um dos melhores protagonistas que o gênero RPG pode apresentar. Apesar de ser um "Bruxo" sem sentimentos e com mutações que o impedem de criar laços afetivos com outra pessoa (com exceção do sexo casual), Geralt ainda assim é um 'badass' ao extremo. 

Tendo você a possibilidade de decidir suas falas nos diálogos e criar seu "próprio Geralt", de qualquer maneira ele pode comprovar o que os humanos dizem, e ser um mutante que mata e faz qualquer coisa por dinheiro, ou ainda, pode provar que todos estão errados, e com isso não aceita recompensas sujas ou deixa mulheres inocentes morrerem nas mãos das pessoas erradas. De qualquer maneira, Geralt é sim um dos personagens mais marcantes e carismáticos do gênero. 

Geralt de Rívia, um dos protagonistas de jogos de RPG's mais marcantes da atualidade

Relações Sexuais:

Algo que parece que cada vez mais está se tornando comum no universo dos RPG's (juntamente com "Mass Effect" e "Dragon Age") são as relações sexuais do nosso personagem. Porém, novamente, "The Witcher" leva isso a uma dimensão maior. Ao contrário dos títulos citados acima, as cenas de sexo no jogo são mais extensas e explícitas, que, na verdade, faz a felicidade da garotada. 

Mas, falando seriamente, o jogo cria toda uma novela em cima disso e fazer sexo com alguém não é algo tão fácil assim. Obviamente, existem quests que no momento que você agradar uma NPC feminina, as chances de você ter relações sexuais com ela são muito grandes, principalmente no primeiro game. Mas, na grande maioria das situações, você terá que fazer uma série de objetivos e favores para tal personagem e TALVEZ você conseguirá levar ela para cama. O fato é que, ao contrário de "Dragon Age", por exemplo, Geralt é um personagem definido, sendo completamente heterossexual, portanto, nada de relações homo afetivas aqui. 

"The Witcher" é talvez a franquia que mais explícita 
as relações sexuais entre seus personagens

Sistema de Criação:

Assim como um bom RPG há de trazer, "The Witcher" sempre deu muito destaque ao seu sistema de criação, pois, ao contrário de outros títulos do gênero, a dimensão do que criar é muito maior do que apenas espadas e armaduras. Para o jogador conseguir enfrentar a alta dificuldade dos jogos, é preciso se dedicar muito a construção de poções, bombas e até mesmo óleos (sendo a alquimia uma das principais habilidades de um Bruxo). 

O sistema de criação, no geral, é bem feito. Você deve adquirir primeiramente o diagrama do item, depois verá os ingredientes necessários, e por fim, a corrida para achá-los é o que talvez mais incomode alguns, mas um bom trabalho é igualmente recompensado no final do dia. Portanto, lembre-se, em "The Witcher" não há como escapar de criar um conjunto de poções, bombas e, obviamente, aperfeiçoar suas armas e armaduras. 

O sistema de criação de "The Witcher" é bem feito, mas o excesso 
de ingredientes para a formulação dos items pode irritar alguns

Ambientação Fantástica, PORÉM...

Como já foi mencionado, ambos os "The Witcher" possuem um cenário, graficamente falando, magníficos para suas épocas (The Witcher 2 impressiona até hoje). A vegetação, nível de detalhamento e iluminação são de cair o queixo. Porém, a característica que impossibilitou ambos os dois primeiros jogos de serem considerados um dos melhores RPG's de todos os tempos, foi por simplesmente não serem sandboxes, e na verdade, não possuírem a liberdade que tantos queriam. 

Os dois primeiros jogos são divididos em capítulos na sua quest principal. Com isso, ao fazer determinadas tarefas, mudamos de mapa e região, e todas as tarefas não feitas no mapa anterior acabam sendo definitivamente perdidas. Essa é com certeza a característica mais irritante dos dois primeiros jogos, que felizmente "The Witcher 3" veio para arrumar. 

Os dois primeiros jogos da série se limitavam 
em mudar de pequenas regiões a cada capítulo

Alta Dificuldade:

A franquia "The Witcher" é lembrada, também, por sua excessiva dificuldade de combate. A primeira pergunta que vem na mente de qualquer um é: "mais difícil que Dark Souls?". O fato é que, ambas as séries se diferem nesse quesito, pois em "The Witcher", você tem uma alta dificuldade desde o início, e nunca sabe qual boss será mais difícil que o outro, portanto é algo desequilibrado. Dark Souls já segue uma linha linear, e praticamente todos os inimigos são desafios a se enfrentar. 

Duração Extensa e Muitos Afazeres Extras:

Como um bom RPG deve ser, "The Witcher" sempre abusou de suas horas de jogatina, em alguns casos até demais (como já foi mencionado anteriormente). A campanha principal (ou quest principal, como você preferir) acaba chegando às 30 horas em ambos os jogos, sem falar nas incontáveis quests extras existentes. Mas, como já deve-se imaginar, o jogador quase nunca aproveita todo o conteúdo que os dois primeiros games trazem, graças ao irritante sistema de capítulos, que excluí tudo que você deixou de fazer. 

Resultado Final:

"The Witcher" é uma franquia consolidada de RPG. Os dois primeiros jogos são grandiosos por si só, mas com toda a certeza, só não foram sucessos estrondosos pela falta de liberdade que a CD Project RED demorou a arriscar. Mas, tirando isso, praticamente todas as características são positivas. Toda a mitologia atrás da história criada por Andrzej Sapkowski foi magistralmente transportada para os jogos, e apesar de exceder a estadia em alguns momentos, a vinda de personagens extremamente carismáticos e marcantes é um toque de mestre. 

Os gráficos são uma das características mais fortes da franquia, e desde sempre impressionam para um RPG, seja pelo detalhe das texturas, vegetação ou iluminação. A jogabilidade é algo que ficava devendo no primeiro título, pela falta de trabalho na locomoção e combate repetitivo (até mesmo para sua época), mas que logo foi arrumado e magistralmente transformado em algo fluído e divertido em "The Witcher 2: Assassin's of Kings". Sem sombra de dúvidas, são dois jogos que mereciam mais atenção do que ganharam, mas que, com o lançamento definitivo de "The Witcher 3", serão eternamente lembrados pelos fãs. 

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The Witcher
PC
Outubro de 2007

The Witcher (em polaco: Wiedźmin ˈvjɛd͡ʑmin) é um jogo eletrônico dos gêneros RPG de ação e hack and slash desenvolvido pela CD Projekt RED e publicado pela Atari. (Wikipédia - The Witcher)

Enredo: Todos os jogos da série se passam nos chamados Reinos do Norte, formados pelas regiões de Aedirn, Cintra, Kaedwen, Kovir, Poviss, Lyria, Rivia, Redania, e Temeria. Grande parte dessas localizações está sob o controle do Império de Nilfgaard. O protagonista da franquia é Geralt de Rívia, um denominado bruxo, caçador de monstros e um mutante sem sentimentos. O primeiro game da série inicia com Geralt sendo contratado para ir atrás de Adda, filha do Rei Foltest, pelo qual foi amaldiçoada à se tornar um monstro. A CG inicial do game introduz o universo de Geralt ao jogador, no momento que ele deve desfazer a maldição de Adda. Na manhã seguinte, após uma batalha, Geralt encontra a garota na sua forma humana. O que ele não sabia, é que Adda ainda não estava totalmente libertada, e o monstro ainda possuía domínio sobre ela. Com isso, a criatura o acerta com uma espécie de veneno no rosto. Os anos se passam misteriosamente, e Geralt é encontrado abandonado em frente à fortaleza dos bruxos, Kaer Morhen. Recuperando a consciência mas sem se lembrar de nada do seu passado, Geralt parte em busca de recuperar sua memória perdida. 

Nota: 8,8

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The Witcher 2: Assassin's of Kings
PC / Xbox 360
Maio de 2011

The Witcher 2: Assassins of Kings (em polaco: Wiedźmin 2: Zabójcy Królów) é um jogo eletrônico dos gêneros RPG de ação e hack and slash desenvolvido pelo estúdio polonês CD Projekt RED para Microsoft Windows, Xbox 360, OS X, Linux e SteamOS. É a sequência do videogame de 2007 The Witcher, lançado internacionalmente em 17 de maio de 2011 para Microsoft Windows, e em 17 de abril de 2012 para Xbox 360. (Wikipédia - The Witcher 2: Assassin's of Kings)

Enredo: Durante o prólogo, Geralt é interrogado em uma prisão no reino de Temeria por Vernon Roche, o comandante de um grupo das forças especiais temerianas, conhecido como Blue Stripes (Listras Azuis), a respeito do assassinato do rei de Temeria, o rei Foltest. Geralt conta os eventos que levaram à morte de Foltest, durante os quais ele agiu como guarda-costas de Foltest. Durante uma revolta contra Foltest por parte das famílias nobres de Temeria, Foltest pessoalmente liderou a batalha, com o objetivo de recuperar seus filhos bastardos, Anais e Boussy, que estavam sendo mantidos pelos rebeldes. Quando Foltest encontra seus filhos, é assassinado por um homem disfarçado como um monge cego, que escapa antes de Geralt conseguir reagir. Geralt é então encontrado pelas forças temerianas e acusado de matar o rei. Depois de ouvir a história de Geralt, Roche decide que Geralt é inocente e ajuda-o a escapar da prisão. Os dois, junto com a feiticeira Triss Merigold, companheira de Geralt e conselheira real de Foltest, viajam então à feitoria chamada Flotsam, em busca do assassino do rei. (Wikipédia The Witcher 2: Assassin's of Kings)

Nota: 9,4

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~Lolo GM

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