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sábado, 14 de março de 2015

Análise The Order: 1886


"The Order: 1886" é um jogo de ação e aventura, steampunk e mescladas de terror, desenvolvido pela "Ready at Dawn" em parceria com a "Santa Monica Studio", sendo publicado pela Sony Computer Entertainment, tornando-se assim um exclusivo do Playstation 4. Foi lançado mundialmente no dia 13 de fevereiro de 2015. 

Info: 

O jogo se passa em uma versão alternativa da Inglaterra Vitoriana, em que uma Ordem de Cavaleiros que descendem da Távola Redonda e do próprio Rei Arthur são encarregados de adentrarem em uma guerra contra rebeldes (inimigos do Império Britânico), ao mesmo tempo que devem lidar com criaturas sombrias, os chamados "Mestiços". 

Você controla Sir Galahad, um dos mais respeitáveis Cavaleiros da Ordem, em uma trama que trás uma cronologia misturada, mostrando os eventos em que, supostamente, o personagem teria se unido à rebeldes por motivos desconhecidos, traindo assim a tão aclamada Ordem.

Enredo Exageradamente Arrastado e Levemente Desinteressante:

Independente se ele é curto ou não, uma coisa é certa sobre o enredo de "The Order: 1886": ele é exageradamente arrastado e levemente desinteressante. Os roteiristas erraram em tentar trazer algo cinematográfico para uma trama que deveria ser muito mais frenética para seguir com o ritmo do jogador. 

Basicamente, o conceito do jogo é excelente. Você de cara se interessa pela labiríntica cronologia da história. Porém, novamente, capítulos sem nada acontecendo e personagens desinteressantes não colaboram para uma qualidade esperada. Os coadjuvantes são os grandes problemas, praticamente todos clicherizados. O protagonista, Sir Galahad não se encaixa nessa lista, pois é um personagem carismático, porém mal-aproveitado. Suas habilidades em combate corpo-a-corpo e decisões (lineares) da jogatina são interessantes à quem joga. 

"The Order: 1886" trás um enredo conceitualmente ótimo, porém seu desenrolar 
arrastado e seus personagens desinteressantes diminuem sua qualidade

Gráficos Simplesmente Fantásticos:

De longe, a maior e melhor característica de "The Order: 1886" são seus gráficos. Nitidamente 'next-gen', eles esbanjam beleza em TODOS os aspectos, desde as expressões faciais até os incríveis cenários. Começando pelo primeiro item listado, os personagens e seus movimentos faciais são comparáveis à filmes como "O Expresso Polar" ou "As Aventuras de Tintim", em que o virtual esbanja semelhança com a realidade.

Os cenários, por sua vez, deixam o jogador mudo. Desde o chão até o céu, tudo é decorado com uma delicadeza e trabalho impressionantes. A Inglaterra steampunk do século século XIX é simplesmente transferida para os vídeo-games com "The Order:1886", sendo um prazer enorme termos a oportunidade de visitarmos tal época tão bem representada.

Processo de expressões faciais em "The Order: 1886"

Jogabilidade Bem Feita, Porém Um Pouco Retrancada:

"The Order: 1886" não é um jogo que gosta muito que você o jogue, isso é um fato. As excessivas cutscenes e pouco gameplay atrapalham em certos momentos (algo que falaremos mais profundamente em breve). Porém, quando estamos literalmente jogando, a sensação é boa, ainda que o jogo fique numa retranca estranha. 

Essa retranca é como se fosse uma jogabilidade dura, lenta, sem uma levez suficiente para apreciá-la. Sim, ela é muito realista e fortemente bem construída, mas falta alguma coisa. O jogador não pode efetuar muitos movimentos, e muitas vezes é incapacitado, inclusive, de correr em cena. Os irritantes 'quick time events' no meio das longas custcenes é outra característica nada agradável, pois você não possuí a sensação que está jogando, mesmo estando louco para sair atirando em alguns inimigos. 

Mesmo bastante realista, a jogabilidade de 
"The Order: 1886" transmite que algo está faltando

Uma Sensação de Jogar Pouco:

Um dos grandes problemas de "The Order: 1886" é que ele tenta, em diversos momentos durante a jogatina, se parecer demais com um filme. Dito isso, o jogador terá repetidamente uma sensação de estar jogando pouco, e mesmo quando está jogando, o game pede para você fazer objetivos tão simplórios que tudo fica monótono e chato. Algumas 'cutscenes' chegam aos 7 minutos, o que tira a atenção do jogador para outros assuntos. Além disso, existem os já citados 'quick time event', que tentam atrair a atenção do jogador novamente, mas não deixam de ser irritantes. 

Falta de Interação:

"The Order: 1886" está longe de ser um jogo livre. Seus cenários não são abertos e sua história prossegue linearmente. Porém, algo que contribuí ainda mais com esse fator, é que não podemos interagir com nada e ninguém ao longo da jogatina. Peguemos "The Last of Us", por exemplo. Em momentos calmos de caminhadas, nós podemos interagir tanto com NPC's existentes ou objetos aleatórios, o que não tira a atenção do jogador e faz com que ele tente de tudo para descobrir todos os segredos do local.

"The Order: 1886" não tem nada disso! O mínimo banco que existe em nossa frente está concretizado no chão, e não podemos interagir com nenhum outros objetos e pessoas. A única interação que temos, em casos raros, são alguns colecionáveis que só colaboram com o fácil Platina do game. É um erro a ser constado na ficha do título da Ready at Dawn!

"The Order: 1886" sofre com a demasiada falta 
de interação com o belíssimo cenário

IA Simplória e Mestiços Sem Novidades:

Para constar nas nadas agradáveis características de "The Order: 1886", temos também uma leve propaganda enganosa. Sendo exclusivamente 'single-player', os jogadores possuem, em alguns momentos, a companhia de outros Cavaleiros para lhe auxiliar na jogatina. Porém, os mesmos são bem burros e alguns bugs ocasionais ocorrem ao longo da jornada. 

Porém, algo ainda mais irritante para quem estava acompanhado o pré-desenvolvimento do jogo, é ver o quão simples e decepcionante são os combates contra os chamados "mestiços" (literalmente os lobisomens). Antes do lançamento do game, os produtores disseram e repetiram que trariam surpresas e que o confronto com tais inimigos seria algo revolucionário. O que ganhamos? Um sistema atacar e voltar para se curar, atacar e voltar se curar, e assim por diante... Isso é ser revolucionário?

Atacar e voltar para se curar, atacar e voltar se curar, 
e assim por diante... Isso é ser revolucionário?

Duração Mediana e Quase Nada Extra:

E fechando em pontos negativos, "The Order: 1886" sofre com a polêmica de ser ou não um jogo curtíssimo. O fato é que muitos boatos foram exageradamente falsos, dizendo que a campanha do jogo se completaria em míseras 4 horas. Em muitos casos, jogadores estão a completando em torno de 6 à 7 horas, mas raramente se chegam às 10 de 'gameplay'. Mesmo não sendo tamanho curto quanto boatos diziam, a campanha está longe de ser grande, e acaba mais rápido do que deveria. 

Complementando tudo isso, o jogo ainda trás praticamente nada de extras. Sem um modo multiplayer competitivo, sem suporte para partidas cooperativas ou sequer trajes e personagens extras para desbloquear, sobram poucos motivos para jogar o game novamente. É aquele tipo de jogo que dificilmente você irá querer repetir a dose depois de uma curta, mas ainda sim arrastada jornada. 

Dublagem Muito Boa:

Se tivéssemos que acrescentar um crédito positivo para o game, este seria seu trabalho de dublagem. Na original, as vozes se encaixam extramente bem, provavelmente pelo fato dos atores que estão fazendo os movimentos faciais dos personagens estejam também os dublando. 

Já a brasileira, por sua vez, está igualmente ótima. A sincronização possuí momentos falhos, mas as vozes em si combinaram perfeitamente, e podemos ver dubladores de desenhos de nossa infância marcando presença, o que sempre é legal de se ver (ou ouvir). 

Resultado Final:

Chegando a nossa conclusão, temos a dizer que "The Order: 1886" não é um jogo ruim. O game tem qualidades, porém limitadas, e muitos erros de produção e polêmicas não ajudaram a acrescentar uma nota final ao título da Ready at Dawn. Seja por sua história arrastada e, em muitos momentos, desinteressante, por seu excesso de 'cutscenes' e uma impressão de pouco gameplay, por sua falta excessiva de interação ou ainda uma duração muito mediana e sem extras, "The Order: 1886" cria defeitos em torno de si. 

Por outro lado, os gráficos fazem os jogadores babarem e a jogabilidade é bastante realista, além do trabalho de dublagem muito caprichado. No fim, "The Order: 1886" é um jogo muito mais caro do que vale, e recomendamos que não o comprem em sua estréia. Porém, o grande problema é que jogos com muito mais peso estão vindo em 2015, o que sem dúvida fará com que "The Order" seja rapidamente esquecido.

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The Order: 1886
Playstation 4
Fevereiro de 2015

"The Order: 1886" é um jogo de ação e aventura, steampunk e mescladas de terror, desenvolvido pela "Ready at Dawn" em parceria com a "Santa Monica Studio", sendo publicado pela Sony Computer Entertainment, tornando-se assim um exclusivo do Playstation 4. Foi lançado mundialmente no dia 13 de fevereiro de 2015. 

Enredo: O jogo se passa em uma versão alternativa da Inglaterra Vitoriana, em que uma Ordem de Cavaleiros que descendem da Távola Redonda e do próprio Rei Arthur são encarregados de adentrarem em uma guerra contra rebeldes (inimigos do Império Britânico), ao mesmo tempo que devem lidar com criaturas sombrias, os chamados "Mestiços". Você controla Sir Galahad, um dos mais respeitáveis Cavaleiros da Ordem, em uma trama que trás uma cronologia misturada, mostrando os eventos em que, supostamente, o personagem teria se unido à rebeldes por motivos desconhecidos, traindo assim a tão aclamada Ordem.

Nota: 6,5

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~Lolo GM

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